CULTURA BRASILEIRA, PENTECOSTALISMO E NEOPENTECOSTALISMO: A TEODICÉIA DUALÍSTICA BRASILEIRA TENDO COMO EXEMPLO O CASO IURD

Resumo

Todo o mundo Antigo era rodeado pelo sagrado que dominava relações humanas desde o nascimento até a morte. O sagrado rodeava o ser humano em todas as suas circunstâncias. A partir da modernidade tal fenômeno começa a desaparecer em direção à um mundo desencantado, a ciência moderna oferece explicações naturais dos fenômenos da existência humana, o mundo moderno é de matérias e seres naturais, moldáveis, usáveis, subjugáveis, transformáveis para o consumo e a produção de riqueza humanas. A religião passa a ter lugar apenas ou na consciência individual ou na transcendentalidade absoluta que o excluía completamente das infimidades da existência humana. No entanto o mundo moderno não consegue satisfazer as relações de sentido do ser humano moderno. As principais revoluções sempre tiveram dificuldades em explicar o problema do mal no mundo, tentando equacionar as relações existentes entre a bondade e soberania de Deus em sua plenipotência e a existência do mal no mundo. Nesta perspectiva se percebe na sociedade brasileira atualmente uma teodiceia dualista comum à maioria das pessoas. Tal dualismo é verificado em todas as principais religiões e na realidade da existência ordinária da maioria da população brasileira, reproduzindo sempre as relações sociais existentes na sociedade desde sua origem. Tais elementos permaneceram no inconsciente coletivo dos brasileiros, de maneira a formarem um núcleo sintético comum de natureza dualista mais ou menos permeando todas as manifestações religiosas. É deste núcleo comum que fortemente se valerá a IURD em todas as suas atividades litúrgicas.